A consignação do crédito agora é oficial. A governadora anunciou a medida, na semana passada, destinada aos servidores efetivos do Estado – nomeados por decreto não entram. O programa mantém os juros altos (afinal, quem manda no país são os bancos, mesmo), e acrescenta o fato de que o desconto vem no contracheque. É só. Melhor para o Banpará, que financia o programa: não precisa de cobrança.
É caro. O crédito consignado para servidores estáveis praticamente não tem risco. Uma ou outra inadimplência causada por uma demissão raríssima. No espelho de crédito apresentado na página oficial do governo, quem fizer um empréstimo de 48 meses vai pagar o dobro do dinheiro que emprestou. Melhor para o Banpará, de novo, pior para o servidor que cair nessa.
Mais: Almir Gabriel suspendeu as consignações quando o nível de endividamento dos servidores chegou níveis insuportáveis – havia gente com saldo de menos de dez reais no contracheque – a ponto de verificar-se que os aumentos de salário iam, na verdade, para a mão de bancos, financeiras e agiotas. Nos estudos feitos sobre o assunto, o que se viu foi que o empréstimo fácil com juros difíceis desencadeia um parafuso de dívidas muito difícil de compor, depois.
O Banpará sabe disso tanto, que está oferecendo o empréstimo consignado para regularizar as dívidas do Multicred, cheque especial com juros abaixo do mercado, disponibilizado para os servidores públicos estáveis, e que, pela última notícia que tenho (que não sei se está atualizada) apresentava um calote de 14 milhões de reais, porque dívida de cheque especial dá filhotes. O banco não consegue cobrar, porque o saldo do salário é insuficiente e a renda é baixa. Pode ser que, agora, retirando o dinheiro direto da SEFA, consiga. Melhor para o Banpará, de novo.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
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