Muita gente se exaltava ao ouvir a governadora e dezenas de membros de sua atual equipe xingar os governos de Fernando Henrique por conta da dívida externa do Brasil. “O brasileiro já nasce devendo”, asseguravam. Mas, mal assumiu o governo do Estado, em sua primeira proposta formal para o governo, a governadora quer, nada mais, nada menos, que um bilhão de reais em empréstimos internos e externos. Está escrito, com todas as letras, na mensagem da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que acabou de ser sancionada.
As primeiras autorizações de empréstimo já foram aprovadas pela Assembléia Legislativa, e também criada uma secretaria só para trabalhar empréstimos: a Secretaria de Projetos Estratégicos, recém saída da caneta da governadora.
Na mensagem, a equipe de governo informa que, conforme suas previsões, estaremos pagando 500 milhões de reais em juros, por ano, em 2010. O valor, segundo eles, está abaixo do limite máximo de endividamento do Estado. O governo que pretendia ser de mudança repete, assim, a fórmula que d. Pedro I inaugurou ao emprestar em Londres dois milhões de libras para indenizar Portugal pela independência. E quem nascer no Pará em 2010 já nascerá devendo 500 milhões.
A esperança vem da boca de um experiente técnico de governo: é muito difícil que alguém empreste esse dinheiro todo ao governo atual.
É incrível o vício de origem: o atual governo expandiu a burocracia do Estado, com novas secretarias, e reduziu as sete especiais anteriores a uma só: o secretário de Governo vai mandar quase tanto quanto a governadora.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
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